No texto “Cultura e Devoração: As raízes da cultura e a questão do realismo e do não-realismo dos textos culturais”, de Ivan Brystina, somos conduzidos a uma reflexão a respeito da origem da cultura por meio do sonho e do jogo.
A inserção de vários exemplos na argumentação do autor tende a criar credibilidade a essa linha de raciocínio. O autor menciona as teorias de Freud relacionando o sonho com os estados psicóticos dos indivíduos.
Os Sonhos e os Mitos
Os mitos fantásticos e fantasiosos são citados para exemplificar a origem da cultura no transe e êxtase, referindo-se ao imaginário de um sonho. O texto alude à tradição dos aborígenes australianos e a ideia de concepção do mundo por meio do devaneio.
Os índios da terra dos cangurus acreditam na existência de um tempo onírico (da atividade criativa-imaginativa). Os primeiros seres sonhavam com plantas e animais, desenhavam nas paredes das cavernas e assim ganhavam vida.
O Jogo
O jogo é apresentado no texto como a formação do processo de aprendizagem e aquisição de experiência. Lotman considera o jogo como a possibilidade de conquistar uma vitória, superar os medos e motivar a ação prática.
Então, o jogo se enquadra na ideia de mimeses dos gregos: imita o real para explorar áreas antes não conhecidas e origina atividades de cultura (esportes, circo, carnaval, etc).
Símbolos
Ao enfocar o desenvolvimento da cultura por meio do sonho e do jogo, o autor aspira identificar o cotidiano potencializado na significação. Navratil traz a ideia de que os símbolos organizam o mundo, o homem, os sentimento e estímulos de ação.
Imitação
A teoria da arte imitando a natureza de Aristóteles serve de base para Brytina aprofundar a teoria de devoração. As imagens tentam se apoderar da primeira realidade, mas se tornam irreais porque jamais vão ser o que representam.
Devoração
A função cultural é considerada uma segunda realidade que tira o poder e desfigura a necessidade da primeira realidade. Os símbolos passam a devorar tudo, afinal, tudo pode ser copiado e representando pela arte. Segundo o autor a cultura surge por meio da catástrofe. Na era glacial, o homem muda de seu habitat para lutar pela sobrevivência. Conforme Blumenberg, o homem devora a realidade para que nada falte. Assim, a devoração faz a tradição icônica sobreviver ao tempo.
Cinema
Vislumbramos o ritual das ações quase mágicas na criação de mundos alternativos. A alta tecnologia em 3D nos promova a sensação de estarmos dentro do filme. Mas ainda será apenas imagem fruto do real e não é capaz de substituí-lo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário