quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

CULTURA E DEVORAÇÃO!


No texto “Cultura e Devoração: As raízes da cultura e a questão do realismo e do não-realismo dos textos culturais”, de Ivan Brystina, somos conduzidos a uma reflexão a respeito da origem da cultura por meio do sonho e do jogo.

A inserção de vários exemplos na argumentação do autor tende a criar credibilidade a essa linha de raciocínio. O autor menciona as teorias de Freud relacionando o sonho com os estados psicóticos dos indivíduos.


Os Sonhos e os Mitos

Os mitos fantásticos e fantasiosos são citados para exemplificar a origem da cultura no transe e êxtase, referindo-se ao imaginário de um sonho. O texto alude à tradição dos aborígenes australianos e a ideia de concepção do mundo por meio do devaneio

Os índios da terra dos cangurus acreditam na existência de um tempo onírico (da atividade criativa-imaginativa). 
Os primeiros seres sonhavam com plantas e animais, desenhavam nas paredes das cavernas e assim ganhavam vida.  

O Jogo


O jogo é apresentado no texto como a formação do processo de aprendizagem e aquisição de experiência. Lotman considera o jogo como a possibilidade de conquistar uma vitória, superar os medos e motivar a ação prática.


Então, o jogo se enquadra na ideia de mimeses dos gregos: imita o real para explorar áreas antes não conhecidas e origina atividades de cultura (esportes, circo, carnaval, etc).

Símbolos
Ao enfocar o desenvolvimento da cultura por meio do sonho e do jogo, o autor aspira identificar o cotidiano potencializado na significação. Navratil traz a ideia de que os símbolos organizam o mundo, o homem, os sentimento e estímulos de ação.

Imitação

A teoria da arte imitando a natureza de Aristóteles serve de base para Brytina aprofundar a teoria de devoração. As imagens tentam se apoderar da primeira realidade, mas se tornam irreais porque jamais vão ser o que representam.

Devoração

A função cultural é considerada uma segunda realidade que tira o poder e desfigura a necessidade da primeira realidade. Os símbolos passam a devorar tudo, afinal, tudo pode ser copiado e representando pela arte. Segundo o autor a cultura surge por meio da catástrofe. Na era glacial, o homem muda de seu habitat para  lutar pela sobrevivência. Conforme Blumenberg, o homem devora a realidade para que nada falte. Assim, a devoração faz a tradição icônica sobreviver ao tempo.

Cinema

Absorvendo a mensagem do texto podemos relacionar com a atualidade. evolução tecnológica do cinema nos faz retornar ao mito. No telão surge o mundo irreal na busca do lúdico e retorno a fantasia dos sonhos. Prova disso é o sucesso de bilheteria que filmes como Avatar. 

Vislumbramos  o ritual das ações quase mágicas na criação de mundos alternativos. A alta tecnologia em 3D nos promova a sensação de estarmos dentro do filme. Mas ainda será apenas imagem fruto do real e não é capaz de substituí-lo.


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