segunda-feira, 30 de abril de 2012

A ADAPTAÇÃO LITERÁRIA PARA CINEMA E TEVÊ.


A literatura é fonte inspiradora para muitos filmes, novelas e minisséries. Só o clássico Dom casmurro escrito por Machado de Assis ganhou inúmeras adaptações.

A primeira versão cinematográfica foi dirigido em 1968 por Paulo Cesar Saraceni com o título de Capitu. Era uma releitura bem fiel a história de Bentinho e Capitu. Todavia, a versão dirigida por Moacyr Góes (2003) com o nome de Dom, retrata os personagens e a questão do ciúme na atualidade.

Em 2008, a Rede Globo produziu a missérie Capitu em homenagem ao centenário de morte de Machado de Assis. Roteirizada por Euclydes Marinho e dirigida Luiz Fernando Carvalho a adaptação misturou elementos teatrais, da época e modernos.

O cineastra e professor dos cursos de comunicação Hunfley Borges Pepino considera a minissérie a adaptação para a tevê que mais marcou. “É uma obra primorosa e fantástica”, diz.

Segundo Hunfley, pode se encontrar uma mescla de elementos e um coquetel estético bem estruturado na dosimetria correta. “É uma obra dramática com uma licença poética na medida certa”. Ele acredita que a adaptação conseguiu resgatar as viagens retratadas na literatura de Machado de Assis.

Como professor de cinema, ele entende bem os desafios e dificuldades para adaptar uma obra literária. Portanto, considera que nesse trabalho, os ganhos são maiores do que as perdas. Afinal, apesar de a leitura ser fundamental para a formação do ser humano, ainda vivemos num país onde as pessoas não tem o costume da leitura. “Se ganha à possibilidade da obra atingir um número maior de pessoas”, diz.

A obra audiovisual pode não oferecer a riqueza de informação de um texto. Mas que a própria imagem na sua gênese já vem com essa informação contida. Sem dúvidas a imagem tem uma riqueza de detalhes e signos. “É uma questão de se acostumar com a imagem e ter a consciência de que qualquer texto sempre terá um número maior de informação”, diz Hunfley.

É difícil reconstruir no vídeo uma obra já eternizada no livro. As diversas interpretações de um texto tornam o receptor muito exigente. Na maioria das vezes o leitor não se agrada com o resultado final da adaptação por ser diferente daquilo que idealizou durante a leitura.


Nenhum comentário:

Postar um comentário