sábado, 21 de janeiro de 2012

O QUE VOCÊ FEZ ENQUANTO A LUIZA FOI E VOLTOU DO CANADÁ?

Não é de hoje que fatos incomuns viram sensação no mundo virtual. Num vídeo para divulgar os negócios imobiliários, um colunista paraibano terminou com uma mensagem saudosa a filha Luiza que estava no Canadá. Bastou à publicidade cômica e inesperada cair no ciberespaço para tornar-se febre entre os internautas. No fim, a garota ficou tão famosa que deu até entrevista no Jornal Hoje da Rede Globo. 

Você já foi ao Canadá? Você sabe onde fica o Canadá? Acha que ela estava levando uma vida de pobreza ou restrições no Canadá? Todavia, é engraçado que ninguém fala do mendigo que pede esmola ou que bebe água da vala no Centro de Rio Preto (ou em qualquer outra cidade do país). Como diria um professor, a bestialidade impera enquanto assuntos de referencia social são esquecidos ou, despejados na mesma sarjeta onde o mendigo bebeu a água.

Nessas horas concordo e admiro cada vez mais o Jornalista Carlos Nascimento: “Ou os problemas brasileiros estão todos resolvidos ou nós nos tornamos perfeitos idiotas [...] Uma pessoa que ninguém conhece vira uma celebridade da mídia somente por que o nome apareceu milhões de vezes na internet. Luiza já voltou do Canadá e nós já fomos mais inteligentes”.

Enquanto isso...

Cabe questionar o foi feito na vida de milhares de pessoas enquanto Luiza foi e voltou do Canadá? Algo foi feito e, enquanto se trabalhava a inteligência promovendo Luizas e “coisas” insignificantes, o alto escalão do judiciário aprovou mais uma vez o desrespeito ao cidadão.

Segundo o Jornal Nacional, uma resolução do Contran, o Conselho Nacional de Trânsito, publicada essa semana, acabou com obrigatoriedade de placas informando a existência de radares. “A medida vale para radares fixos e móveis dentro das cidades e nas estradas”, diz o Jornal.


Não é questão de fazer apologia ao desrespeito e a impunidade do motorista infrator. Mas, é absurdo fazer do transito um coletor de impostos abusivos que não são revertidos para o benefício da sociedade.

“A arrecadação com multas de trânsito no ano passado engordou os cofres da Prefeitura de Rio Preto em R$ 11,374 milhões. O valor é 23% superior ao que foi recebido em 2010 - R$ 9,237 milhões. De um período para outro, os motoristas infratores pagaram R$ 2,137 milhões a mais para o Poder Público. Nos dois anos, a expectativa do município era arrecadar R$ 7 milhões. As infrações foram flagradas pelos 33 radares fixos e móveis e por policiais militares”, informa o jornalista Raul Marques do jornal Diário da Região.

É claro que com todo esse dinheiro arrecadado com a indústria de multas: a cidade não tem mais nenhum buraco, os semáforos funcionam regularmente, o  transito é totalmente sinalizado e não existe nenhum caos em horários de pico e muito menos em dias de chuva (sem enchentes). Pena que isso seja uma utopia...


3 comentários:

  1. É triste saber que talvez, o que mais importa é o que menos importa para a maioria das pessoas.

    ResponderExcluir
  2. Olá!
    Fiquei muito feliz em conhecer o seu blog.
    Gosto muito de ler textos e poemas, isso faz com que eu cresça cada dia mais.
    A vida se torna interessante, à medida que encontramos pessoas como você.
    Grande abraço
    Se cuida

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fico feliz que tenha gostado do meu blog.
      Também considero que a vida seja um aprendizado sem fim e, a leitura vai além de um texto... Quando entendemos que a vida são códigos aprendemos a decifrar cada cena e cada instante. Assim, viveremos bem melhor.
      Muito obrigado pelo carinho...
      Abraço.
      Cido Pisani

      Excluir