sábado, 13 de julho de 2013

PRÉ-HISTORIA NO CINEMA!

O filme 10.000 A.C. (EUA, 2008) é uma superprodução que resgata o homem em sua forma primitiva. Neste cenário está presente o misticismo e as crenças que envolvem as proféticas visões de sábios anciões. Assim, a lenda de um menino predestinado é o ponto de partida para embarcamos numa jornada épica à pré-história. 

A saga deste garoto retrata a vida naquilo que parece ser uma das primeiras comunidades. O ser humano no contato íntimo com o meio ambiente e a natureza. O homem predador que caça em bandos guiado pelo instinto e busca por comida.  O contato com outras tribos e a evolução por meio desta troca de conhecimentos: armas, casas, vestimenta, meios de transporte (barcos) e tecnologias para utilização dos meios naturais.

No desenrolar da história, o filme mostra a evolução deste homem primitivo e a sua chegada ao Egito Antigo. Em meio à construção das Pirâmides, ergue-se uma hierarquia de superioridade e inferioridade: o faraó e os escravos.  O homem descobre o poder para dominar seja pela força de deuses (crenças) ou pelas armas (bélico).


Com imagens grandiosas cheias de planos gerais e bons efeitos especiais, nos vemos diante de mastodontes, repteis gigantes e a recriação do mundo conhecido apenas pelos textos de historiadores.  É claro que não é o mais fiel retrato da origem do homem. Contudo, devemos considerar a licença poética do entretenimento cinematográfico. Afinal, filme é uma obra de ficção e não um documentário:  a pré-história é pano de fundo para a saga herói fictício.

A GUERRA DO FOGO

O filme a Guerra do Fogo (França, 1981) não conta com o avanço tecnológico de 10.000 A.C.  Não é de se esperar grandes efeitos visuais, cenários e criaturas reconstruídas por computação gráfica que parecem saltar da tela de tão reais. O filme do francês Jean-Jacques Annauds também não se propõe a ser um grande fenômeno comercial da atualidade. Se compararmos os dois filmes, parece haver um grande abismo separando as duas produções. Porém, o segundo filme torna-se promissor em termos da discussão com relação à pré-história e a comunicação (do gestual até as primeiras emissões sonoras).

No primeiro filme, vemos o homem com todos os exercícios da fala, gestos e diferentes linguagens (pronto para sair do drama à comédia). Contudo, neste filme, o homem inicial é um ser quase inexpressivo que se transformar com a descoberta da linguagem (gestual e fala). O filme retrata com fidelidade o fato de a comunicação estabelecer uma função essencial para evolução deste homem primitivo.

A saída das cavernas é retratada no processo de se adaptar e estabelecer o seu lugar no meio ambiente. A guerra pelo controle do fogo é um dos pontos de partida para a evolução deste ser que se torna o mais poderoso dos animais. O contato com outros grupos intensifica a comunicação, emoções e conhecimento. Este contato com outros povos e realidades permite o ensino e aprendizado de cultura.


TEMPOS MODERNOS

Desde a pré-história o mundo evoluiu muito. Tirando as superpromoções relâmpagos nos supermercados, as pessoas não tem mais que brigar pela comida. Quando estamos com fome não precisamos caçar mamutes. Basta pegar o telefone e pedir uma pizza ou um lanche.  Vivemos a evolução dos meios tecnológicos e este enriquecimento também fica claro ao comparar os 2 filmes citados acima (de períodos diferentes). 

O mundo, os meios de transportes, as formas de comunicação (e tudo mais) mudou numa velocidade surpreendente. Cada vez mais a comunicação ganha maiores e melhores mecanismos para aproximar pessoas que estão fisicamente longe. Proporciona também facilidades na troca de conhecimento e experiências. Na era da informação e com a rapidez da internet, as noticias estão ao acesso de todos.

Se na pré-história o homem descobre o mundo com tato (contato direto), atualmente, vivemos a experiência do virtual. Simuladores e videogames proporcionam viver experiências de guerras, partidas de futebol, condução de veículos e mundos artificiais sem sair de casa. Filmes como os Substitutos retratam a ideia do homem moderno preso entre quatro paredes enquanto vive por meio de robôs. 

Avatares substituem o contato do corpo com o mundo. Mas talvez isto não seja apenas uma ideia ficcional. Inúmeras pesquisas apontam a comodidade e praticidade do mundo contemporâneo como estimuladores da depressão e responsável pelo crescimento da obesidade na população. De certa forma, a tecnologia e a evolução também contribuem para que o indivíduo se aprisione em seu mundo particular.

Sem dúvidas, é importante a interação do homem com os novos meios. Mesmo assim, sempre é válida a discussão sobre o quanto a tecnologia e a comunicação virtual pode substituir a troca de experiência e o contato interpessoal. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário