domingo, 29 de abril de 2018

NO ESCURINHO DO CINEMA

Projetor
O cinema, aos poucos, tornou-se uma paixão nacional e parece cada vez mais rentável. Só em 2017, dados da Ancine (Agência Nacional do Cinema) apontam um público de 181,2 milhões de brasileiros.

O que poucas pessoas sabem é que a primeira exibição de cinema no Brasil ocorreu em 1896, na Cidade do Rio de Janeiro. O filme de estreia foi o "Saída da Fábrica Lumière", dos irmãos Lumière. Tratava-se de uma película em preto e branco e sem falas que nada mais era do que um recorte do cotidiano de alguns operários. Era totalmente diferente do que vemos hoje em dia, sem muitos recursos e nada dos efeitos especiais, que já estamos habituados.

Filme "Saída da Fábrica Lumière" dos irmãos Lumière (Imagem de Internet)
De lá para cá muita coisa mudou. Houve uma revolução no gênero. Principalmente com relação a expansão de salas de cinema no país. De norte ao Sul temos mais de 3 mil salas de exibição. Conforme dados da Ancine e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), somente o estado de São Paulo existem aproximadamente 1031 salas de cinemas. Assim, SP assume o topo no ranque dos estados que mais possuem salas. Acaba tornando-se um costume ir ao cinema. Ainda mais porque a grande concorrência promove preços promocionais, possibilitando que as pessoas paguem meia entrada.

É inegável que se torna maravilhoso quando a maioria das pessoas tem acesso à cultura e lazer. Até porque isso faz parte do processo evolutivo do ser humano. Quanto mais acesso as artes, melhor será a sociedade, seja pelo pensamento crítico, ou criativo. Contudo, o ambiente também exige respeito ao próximo, fato cada vez mais complicado nos dias atuais.

Imagem de Internet
Seja numa cidade do interior, ou de uma grande capital, muitas vezes é impossível ver um filme com tranquilidade e atenção necessárias para adentrarmos à película. Bastam apagarem as luzes e vislumbrarmos os créditos iniciais para sabermos o quanto será difícil acompanhar a história.

Muitos marcam encontro dentro do escuro do cinema para ficar conversando. Mantendo assuntos adversos, dando spoilers, ou, simplesmente fazer narração simultânea dos acontecimentos da tela. Sem contar quando a pessoa está entediada e frustrada com o filme, a ponto de falar ao celular e ficar enviando mensagens deixando a luz atrapalhar as pessoas próximas.

Imagem de Internet
Tem também as famílias que levam crianças para filmes inadequados, que assustam e fazem chorar os pequenos. Assim como pessoas adultas que adoram ficar chutando a poltrona da frente incomodando quem está sentado. Isso quando, não se sentem tão à vontade e confortáveis, ao ponto de colocarem os pés em cima da poltrona dianteira, quase na cabeça do outro.

Toda vez que eu vou ao cinema, me vejo diante de uma situação dessas ou algo novo. Apesar de inconveniente, parece que as pessoas não se dão conta da falta de respeito. Não estou nem falando de filmes de comédia que promovem riso espontâneo, ou de sustos com suspense e terror. Muito menos dos sons estranhos da mastigação de pipoca, ou abertura do refrigerante. Isso tudo é normal. O que não pode ser normal é que, as pessoas se julguem no direito de poder incomodar os outros, só porque estão pagando a entrada. Até porque, salvo exceções, a maioria também está pagando e tem o direito de assistir ao filme com tranquilidade.

Imagem de Internet
Nada é mais chato que ruídos desnecessários quando queremos prestar a atenção no filme. O cinema é um lugar público que exige convivência coletiva. Não cabe o individualismo exacerbado. Sem dúvidas, nenhum lugar é mais confortável que a sala de casa, onde pode se jogar no sofá de qualquer forma. Também é bom ter em mente que, o recinto, não é lugar de bate papo. Quer conversar? Melhor ir num espaço mais iluminado e propício para isso, como um bar, uma praça ou uma lanchonete.

Considera necessário incluir a cultura e o hábito aos filhos? Antes de levar os pequeninos, sempre é bom ver o trailer e sinopse para não os traumatizar. Se o filme for muito forte para a idade, deixe-os em casa com algum parente, ou escolha uma projeção menos agressiva. Também existem salas dedicadas à inclusão das crianças com desenhos e uma proposta infantil.

Imagem de Internet
Não pode deixar o celular em casa? Desligue por apenas duas horas, ou, se precisar atender uma ligação importante, saia da sala em silêncio. Cuidando para não atrapalhar os outros e nem pisar no pé de ninguém. Afinal, respeitar o próximo é algo que nunca deveria sair de cartaz da programação, tanto dos cinemas quanto de qualquer lugar.

Um comentário:

  1. Infelizmente a falta de educação e cultura prevalecem em nosso país, não seria diferente numa sala de cinema, onde deveria haver o pensamento coletivo e respeito mútuo.

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