POR QUE COMPRAR UM CARRO?

O carro passa por uma multidão e se destaca entre todos: seria a diferença? Como num passe de mágica, um casal se transforma em desenho animado ao adentrar o automóvel. Surreal? O tenista consagrado utiliza o veículo para andar quilômetros em segundos e rebater uma bola. Incrível? 

Assim as propagandas criam fantasias, tentam criar ilusões e vender a necessidade de mais um produto. Mas será que realmente é necessário? Por que comprar ou não comprar um carro?

RIO PRETO E O TRÂNSITO

A cidade de São José do Rio Preto, a exemplo do cenário nacional, está em desenvolvimento significativo. Nas últimas décadas a cidade teve crescimento da área urbana e na frota de automóvel. Por dia, além dos 272 mil veículos residentes, recebe um total de 30 mil veículos provenientes das cidades vizinhas.

Conforme o site desciclopedia: “a impressão que dá é que você está em Londres. Pessoas andam na contramão, sobem em calçadas, atropelam pedestres, invadem escolas. Motoqueiros ensandecidos terminam por fechar a tragédia caótica rio-pretense, sendo os principais clientes do Resgate e do Samu”.

As vias de trânsito já não tem infraestrutura suficiente para tanto. Afirmação que se comprova durante os horários de pico: a região central e as avenidas principais estão congestionadas e o tráfego é lento e turbulento. Imagine agora se cada um dos 408.258 habitantes da cidade decidir comprar um veículo?

MEIO DE TRANSPORTE

Todavia, a precisão de um transporte público de qualidade faz com que a compra de um carro seja inevitável. Se os órgãos públicos não se movem para essa necessidade da massa, a solução é ser dono de seu próprio meio de transporte e não ser refém dos monopólios.

Assim também pensa o universitário Everton Fernandes Prado do Nascimento. Aos 24 anos, ele ainda não conseguiu juntar dinheiro para comprar um veículo e por isso sente dificuldade em se locomover em Rio Preto. “É difícil sair e depender de um transporte público ruim. Afinal, mesmo não sendo uma grande metrópole, os lugares não são tão próximos”diz.

Segundo ele, em determinados horários o ônibus só passa de hora em hora e nos finais de semana não tem nem previsão. “Fica complicado marcar compromissos. Sempre tenho que me arrumar horas antes para ir ao ponto e esperar sentado”, diz. “ Sem contar que para sair de madrugada sempre tenho que depender da boa vontade de amigos porque nem ônibus tem.”

INDEPENDÊNCIA

O grito de independência é um dos maiores fatores que pesa na compra de um veículo. Afinal, ninguém quer depender de carona e dos outros (seja amigos, familiares, etc). Ao comprar o veículo, a pessoa sai da situação de submissão e torna-se condutor. Então, ter um automóvel proporciona ter um poder em mãos.

Poder ir e vir com liberdade deveria ser um direito garantido pela constituição. Não deveria? Mas, na realidade, se não há como transitar sem barreiras, quer dizer que a lei não vale para todos. Portanto, quando o cidadão adquire um carro está praticando as teorias e fazendo valer o sistema. Consegue ir além dos próprios limites e rebater a bolinha perdida (como no comercial).

CONFORTO X MEIO AMBIENTE

Não podemos negar também que outro grande motivo é o conforto. A cada ano as inovações tecnológicas no ramo automotivo proporcionam praticidade. Imagine a diferença entre andar pelas ruas do centro de Rio Preto durante o dia de carro e a pé. O calor escaldante faz qualquer amante por caminhada se sentir exausto. Todavia, dentro de um carro com um bom ar condicionado a pessoa nem se incomoda com o que está ao redor.

O carro protege do sol e também da chuva. Resta saber se os novos modelos vão ter âncoras acopladas. Pode ser um acessório de segurança devido as fortes correntezas que se formam quando chove nas principais avenidas da cidade. Mas, se de carro é ruim imagine sem?

Talvez seja melhor esperar a elaboração de um automóvel anfíbio. Pode ser boa uma solução! Melhor do que tornar obrigatório curso de natação nas escolas públicas e particulares. E mais fácil do que preservar o meio ambiente. Contudo, o carro contribui para o ecossistema, gera impostos, seguros e mais consumo. Afinal, torna-se uma necessidade até para fazer compras nos supermercados. Quem precisa de sacolinha plástica se tem um enorme porta-malas no carro?

Então, com tantas vantagens, ainda resta dúvida?