sexta-feira, 19 de outubro de 2012

IDEOLOGIA NO FILME "A ORFÃ"

O filme “A órfã”, produzido pela Warner Bros, conta a história de um casal norte-americano que decide adotar uma criança após sofrer a perda de um dos filhos. Num orfanato de freiras, eles são seduzidos pelo encanto e doçura de uma menina de 9 anos.

A eleita à irmã dos outros dois filhos do casal é sempre atenciosa e prestativa, entretanto guarda um grande mistério no passado.  De princípio sabemos que se trata de uma menina russa e sofrida. Apesar da aparência inofensiva, ela começa a manipular as pessoas que lhe cercam gerando intriga e discórdia.

GUERRA FRIA

A análise ideológica do filme remete ao período da Guerra Fria, quando Estados Unidos e União Soviética (Rússia) disputavam o poder e a liderança do planeta.  Portanto, podemos considerar que a ideologia política e de guerra predominam. O clima de tensão, suspense e terror equivale ao pânico em que o mundo viveu com medo de bombardeios nucleares e uma terceira guerra mundial.

Durante todo o filme, temos a impressão de que a qualquer momento uma bomba poderá explodir. Por ser uma produção norte-americana, vemos a família adotiva (cidadãos estadunidenses) e a comunidade local (o país) como alvos do ser diabólico e mau, ou seja, pode ser interpretado que a América está em perigo e sob ameaça.

A caraterização de Esther, a menina russa, não deixa de ter requintes ideológicos. Comparando a menina como a imagem que os Estados Unidos têm da Rússia, vemos que se trata de um país belo, mas ultrapassado: as roupas da menina são retrógradas para a moda atual e constantemente criticada.

Na escola, a menina é zombada pelos estudantes por ser antiquada, assim como as armas russas consideradas sucateadas (Um fato recente é o naufrágio do submarino Kursk que afundou em 26/10/2001). Ela usa fitas ao redor dos pulsos e do pescoço que condiz com uma piadinha das crianças “o cão feroz está na coleira”. Então, ligamos a ideia de que no cenário mundial a União Soviética talvez não seja mais a grande ameaça, porque não teria mais potencial para isso (armas velhas, tecnologia ultrapassada, etc).


Temos também inseridas na trama as ideologias religiosas por meio de signos e símbolos da igreja católica: santos, convento, freiras, etc. Até mesmo o nome da antagonista é retirado de um personagem bíblico: Esther. Juntamente com ideologia comerciais: carros de ultima geração desfilam a todo o momento pela tela e a marca de uma refrigerante surge como uma clara propaganda.


SPOILERS:
No surpreendente desfecho, descobrimos que a menina não é russa e nem é uma criança. Ao tirar a maquiagem e as correntes (fitas), ela se transforma em uma mulher de 33 anos que teve nanismo avançado e com distúrbios mentais. Ela fugiu de um manicômio na Polônia e, desde então, disfarçada de menina ataca todas as famílias para saciar sua cede psicótica.

Podemos concluir que, ideologicamente, vemos o inimigo número um dos americanos  ser substituído por um maior e sem controle. Ou seja, o terrorismo ataca e se mostra cada vez mais feroz.  Portanto, o gênero do filme (terror) já nos entrega à resposta e conduz essa analise ideológica. E no fim, os mocinhos (norte-americanos), apesar de inúmeras baixas, sempre vencem.

Um comentário:

  1. Una buena Signosis de cada film , para todos los gustos , supenso, acción , terror. Recomendable. Gabriel.

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