sexta-feira, 24 de maio de 2013

MUITA MERDA!


Nas gírias do teatro, desejar merda significa desejar boa sorte.  A expressão surgiu na França entre os séculos XIX e XX porque o acesso aos teatros era por meio de carruagens a cavalos. Então, quanto mais coco de cavalo tivesse no caminho e na entrada, mais público teria o espetáculo, ou seja, mais dinheiro e maior repercussão para a peça.

Além disso, muitos pesquisadores e estudiosos dos sonhos, afirmam que sonhar com “merda” pode representar prosperidade, bonança e fartura. Portanto, se você sonhou com fezes e achou muito estranho, não se preocupe. Pode parecer improvável, mas esse tipo de sonho geralmente está associado a ganhos” (fonte: site significado dos sonhos)


Na psicologia de Sigmund Freud, o cocô é considerado como um presente do bebê para os pais na fase anal (dos 2 aos 4 anos). Segundo o artigo “Teorias da Personalidade” de James Fadigman e Robert Frager, “O interesse dos pais no treinamento da higiene permite à criança exigir atenção tanto pelo controle bem sucedido quanto pelos "erros"”.


COM O PÉ NA MERDA

Contudo, apesar de gírias, sonhos, psicologia, conceitos e significados que aperfeiçoam a palavra merda para algo positivo, também existem cargas de negatividade. Afinal, não é todo mundo que gosta de estar fisicamente ou sentir-se (mesmo que) figuradamente na merda.

O universitário Luis Ziluqui, 19 anos, morador da cidade de Ibirá/SP, considera um absurdo as pessoas passearem com animais e não terem o bom senso de recolher os dejetos. Quando tinha 9 anos, ele escorregou em um monte de cocô enquanto ia para o colégio. “Fui chorando de nervoso para a escola e quando cheguei lá tive muito trabalho para limpar”, relembra.

Há 3 anos, David Machado Candido,  23 anos, vivenciou o mesmo no caminho até a Faculdade na cidade de Xinguara/PA. Andando por uma rua escura, ele pisou em cheio na bosta, sujando o tênis e a calça. Na sala de aula, ele tentava se esconder enquanto todos procuravam de onde vinha o odor. “Durante o intervalo, uma menina desvendou o enigma ao olhar para o meu pé”, confessa. “A galera me zuou legal por um bom tempo”. Segundo David, naquela região não existem leis ou consciência de que se deve recolher a sujeira dos animais.

Todavia, aqui mesmo em São José do Rio Preto falta uma consciência maior nas pessoas. O rio-pretense Weslei Morais garante ser constantemente vítima de seres humanos sem educação.  Afinal, para os animais o ato é apenas instintivo. “Quando ando distraído pelas calçadas é fatal acontecer esses acidentes de percurso”, diz. Sempre que acontece algo desse tipo, ele se desespera a procurar uma torneira ou uma poça d´água para se limpar.


A VIAGEM

Há algum tempo, eu aguardava na rodoviária de Rio Preto, quando o ônibus chegou e abriu a porta, exalou um cheiro estranho. Ao entrar, a situação não era melhor e todos comentavam o mau odor. Ao seguir viagem, parecia impossível de se aguentar e as horas custariam a passar.

Por sorte, o motorista desviou o caminho e foi para o estacionamento da empresa. Todos os passageiros saíram para ser feito uma limpeza. Pelo corredor havia pegadas formando um enorme rastro de bosta. Segundo uma moça que estava sentada próximo ao autor, a pessoa bem que tentou limpar, “mas quanto mais mexia mais fedia”.

O contratempo atrasou a viagem em uma hora. Enquanto esperávamos, um dos passageiros comentou irônico “uma merdinha de nada pode atrapalhar muita gente”. A pessoa que protagonizou a cena estava totalmente envergonhada. Afinal, ninguém pisa na merda por querer e muito menos deseja passar por tal vexame.



BOM SENSO

Atualmente, as pessoas vivem a correria do dia a dia e não tem muito tempo para coisas consideradas banais. Muitas vezes um passeio com o animal de estimação acaba se tornando uma fuga da estressante rotina. Não tenho a intenção de condenar a prática e reprimir atos, porém, é certo que exista o bom senso: não existe desculpa para falta de educação.

Desde bairros simples até os de classe média alta, não é incomum que andando pelas calçadas, temos que olhar atentos pelo chão. Até mesmo no bairro Palermo, em Buenos Aires (capital da Argentina), onde as praças e pistas de caminhada são bem cuidadas, temos que desviar dos montes de fezes espalhados pelo caminho.

É preciso criar leis rigorosas que punam seres humanos sem o bom senso de recolher os restritos de seus animaizinhos. Na cidade de São Paulo, por exemplo, uma lei municipal, multa em dez reais o condutor de um animal que não recolher os dejetos fecais eliminados em vias e logradouros públicos. No Rio de Janeiro, por sua vez, é proibido andar com animais nas praias.

Contudo, também é preciso ter fiscalização rigorosa e um pouco mais de consciência na população. Afinal, se o animalzinho tivesse consciência sentiria vergonha de andar com um dono tão irresponsável.

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