No quarto século antes de Cristo, Alexandre o Grande (Alexandre Magno) havia conquistado a Grécia, a Pérsia, o Afeganistão e a Índia. O que totaliza 90% do mundo conhecido na época. Filho do rei Filipe II da Macedônia e de Olímpia do Épiro (seguidora do Deus Dionísio), ele teve como preceptor o filósofo Aristóteles e tornou-se rei aos 20 anos após o assassinato do pai.
Num período que não dispunham de grandes tecnologias, armas e veículos, ele enfrentou grandes exércitos de bigas, camelos e elefantes. Em busca do sonho conquistador e de expandir a cultura helênica, Alexandre jamais perdeu uma batalha. Fundou dezenas de cidades Alexandrias que se tornaram o maior centro cultural, científico e econômico da Antiguidade. Respeitou os povos derrotados permitindo que as cidades dominadas mantivessem a religião, língua, costumes e escolhessem os próprios governantes.
Após 12 anos de uma intensa campanha militar, ele morreu antes de completar os 33 anos e deixou vários projetos de expansão territorial. A morte dele ocorreu em circunstancias estranhas recheada de incertezas e suposições. As causas mais prováveis são malária, envenenamento, febre tifoide, encefalite ou por consequência de alcoolismo. Contudo, a única certeza é que desde o falecimento, o corpo do grande herói sempre foi motivo de comoção e disputa.
ONDE ESTARÁ O CORPO DE ALEXANDRE?
Primeiro os restos mortais foram disputados pelos generais do exército. Afinal, ter o corpo do grande comandante significaria ter o poder. Por fim, o corpo mumificado foi enterrado em um túmulo na cidade egípcia de Alexandria. Neste local ficou por 700 anos sendo constantemente visitado por peregrinos de todo o mundo, incluindo diversos imperadores romanos que buscavam inspiração.
O corpo começou a ser venerado como um deus e ganhou cerimônias anuais em sua homenagem. Todavia, com a propagação do cristianismo e o combate ao paganismo, o túmulo de Alexandre desapareceu do mapa. Dizem que ele deixou Alexandria real para ganhar o imaginário popular. Atualmente, existem mais de 160 hipóteses para identificação da tumba, mesmo assim, o mistério continua.
Segundo a teoria do historiador britânico Andrew Chugg, o corpo de Alexandre talvez esteja enterrado em Veneza. Precisamente no túmulo conhecido como de o de São Marcos. A versão é sustentada pelo momento histórico em que o corpo do grego e do discípulo cristão se cruzaram em Alexandria. Marcos foi precursor e fundador da igreja cristã em Alexandria. Após a sua morte, o corpo mumificado e sepultado também começou a atrair inúmeras multidões. Isso, na mesma época em que se abafou a fama do ícone grego e o corpo se perdeu na história.
Há a hipótese de que alguém na hierarquia da igreja ou admirador pagão tenha transformado a tumba de Alexandre em São Marcos. Se isso for verdade, os restos mortais do grego e, não do santo católico, foram roubados por mercadores venezianos para devolvê-lo a região de origem. Assim, também se justifica que Veneza, famosa por ligar o oriente com o ocidente e de grande concentração de místicos, abrigue os restos mortais de um ícone cristão. Na famosa Praça de São Marcos, entre as estátuas e monumentos em homenagem ao santo, podem ser identificados símbolos de Alexandre como o leão e a águia.
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