A Lei do Preço Mínimo (01/05/2012 ) proíbe a comercialização
de cigarros por um preço inferior a três reais. A penalização dos transgressores
vai desde apreensão de mercadorias, proibição na distribuição de cigarros por
cinco anos e até processo criminal.
Ou seja, torna-se ilegal e crime a compra ou venda
de cigarro por menos que o estabelecido. Com isso o governo pretende enfraquecer o negócio, desestimular o vício e reverter cerca de 80% do valor arrecadado com
tratamento médico de doenças causadas pelo fumo.
Não fumo e não vejo nenhum atrativo no
cigarro. Todavia, eu acredito que leis eleitoreiras, como esta, só servem para
aumentar o mercado ilegal (tráfico), marginalização e preconceito para com os
fumantes.
Em primeiro lugar, temos que pensar que o hábito de fumar é um vício, requer tratamento e não punições com taxas e multas absurdas. O que acaba por prejudicar apenas a população de baixa renda. Afinal, quem tem melhores condições financeiras sempre pagou mais caro pelas marcas consideradas refinadas.
Depois precisamos analisar o fato de que
durante muito tempo o vício do cigarro foi promovido pela mídia (campanhas
esportivas, filmes, novelas, etc.) e pela elite (elegância e elevação social).
Portanto, o fator midiático, histórico e socioeconômico popularizou e criou um
atrativo ao cigarro (charuto, cachimbo, etc).
Atualmente, vivemos a fase do moralismo na
qual se promove campanhas antitabagistas que acaba até por interferir no
direito constitucional de ir e vir. A sociedade considera politicamente incorreta
as ofensas envolvendo sexo, cor, religião, mas cria outros preconceitos e distingue
pessoas por ter um vício.
Culpa-se o cigarro por doenças que também são
causadas pelos alimentos irrigados com agrotóxicos e pela poluição do dia a
dia. Exaltam-se nos discursos indignados contra o fumo, mas são poucos os
momentos em que discutem politicas públicas para proporcionar melhores
condições de vida.
Então, vemos leis com o único intuito de
chamar atenção e causar uma boa impressão no eleitorado (a parcela da população
que não fuma). Contudo, talvez, se não se desviasse grande parte do dinheiro público
(em cuecas, mensalões e obras superfaturadas), teríamos verba suficiente para a
área da saúde, educação, etc. Assim, não seriam tratadas apenas as doenças
causadas pelo cigarro, mas todas as outras (incluindo a ignorância e
analfabetismo político).
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