sábado, 5 de outubro de 2013

A REALIDADE E FICÇÃO DE ELYSIUM.

Um prato cheio para quem gosta de ficção científica, o  filme Elysium  retrata a (r)evolução  futurística no ano de 2159. Assim como no filme Distrito 9, o diretor Neill Blomkamp constrói cenários de extremo progresso contrapondo-se a desigualdade e miséria.  A elite (alta sociedade) vive na estação espacial chamada Elysium enquanto o resto da humanidade vivem num planeta devastado e escasso de recursos.

Em 109 minutos de filme, os personagens estrelados por Matt Damon, Jodie Foster e os brasileiros Wagner Moura e Alice Braga protagonizam o conflito central: duelo das duas classes sociais. Enquanto os habitantes da terra tentam alcançar o céu, os habitantes de Elysium lutam para se protegerem da invasão dos humanos inferiores.

A ficção retratada no filme é tão vetorossímel que praticamente nos vemos diante de situações atuais. A periférica cidade de Los Angeles (no planeta terra consumido) de nada se difere da realidade brasileira (ou de outros países). 



O filme mostra o cotidiano universal da pobreza nas periferias dos grandes centros urbanos. A marginalização de grande parcela da sociedade frente às necessidades básicas. Descaso da saúde, saneamento, condições de trabalho e segurança pública. Intencionalmente (ou não), robôs atuam como policiais prontos para usar a força sobre o ser humano indefeso (isentos de sensibilidade) e como funcionários públicos repetidores de frases e de burocracia sem limite.

Contrapondo a miséria, temos o paraíso no satélite artificial que abriga a nata da humanidade. Os robôs frios e sem sentimentos servem drinques para a alta sociedade e lhes protegem da invasão da classe inferior. Ninguém morre porque a saúde evolui de tal forma que nenhum habitante de Elysium sofre com as enfermidades terrenas. Avanço esse que jamais poderá ser compartilhado para o bem e continuidade daqueles que estão no paraíso.

Então, independente da saga de um herói ficcional, o filme que destina a ser mais uma história futurística, torna-se um recorte da realidade nua e crua dos dias atuais.  Diante da tela revivemos cenários e personagens corrompidos (policiais e políticos) que já tivemos o desprazer de conhecer pessoalmente ou ver em noticiários de televisão.

Um comentário:

  1. Muito bom. Durante o começo do filme, naquela cena da festa onde a Jodie Foster acaba de entrar, inicialmente pensei: "Que realidade horrivel, como estes ricos podem festejar sabendo desta discrepância de realidade.". Poucos segundos depois lembrei que a realidade é assim.

    ResponderExcluir