A personagem de Tia Anastácia, eternizada na obra O Sítio do Picapau Amarelo de Monteiro Lobato, é alvo de uma polêmica atual. O CNE (Conselho Nacional de Educação) aprovou a denúncia da SPIR (Secretaria de Promoção da Igualdade Racial) a respeito do racismo no livro Caçadas de Pedrinho (1933).
Na narrativa, na qual a turma do sítio vive peripécias atrás de uma onça pintada, a cozinheira é chamada de “macaca de carvão”. Há, ainda, trechos como: “Não é a toa que macacos se parecem tanto com os homens. Só dizem bobagens”. Por esse conteúdo considerado discriminatório, o Ministério da Educação (MEC) poderá banir o livro das escolas públicas ou reeditá-lo com nota e explicativo do contexto histórico.


NAVIO NEGREIRO
No poema Navio Negreiro, Antonio Frederico de Castro Alves (1847-1871) descreve com expressões e figuras de linguagem o tráfico de escravos. “Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... Estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, horrendos a dançar”.

MACHADO DE ASSIS

O autor de Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas aprendeu francês antes dos 15 anos.
Por ler as grandes obras literárias, bebeu do conhecimento dos grandes pensadores de sua época, como Schopenhauer, Voltaire, Diderot, entre outros.
Machado de Assis, de um simples tipógrafo, tornou-se jornalista ativo na Imprensa Nacional. Dono de uma escrita ardilosa e única, escreveu histórias que caiu no senso comum.
No século XIX, era parte de uma minoria de descendentes de africanos a conviver com a alta sociedade. Mas, ele nunca gostou de ser chamado de mulato. Considerava essa uma derivação de mula, animal de carga.

A superação dos escravos é o tema no livro Xica da Silva. Especializado em história brasileira, o escritor João Felício dos Santos (1911-1989) escreveu um romance bem humorado sobre a vida da escrava alforriada que se tornou rainha.
O autor é considerado pioneiro na introdução da ficção histórica e baseada em fatos reais.
Ele escreveu, entre outros livros, sobre Zumbi dos Palmares no livro Ganga-Zumbi, entretanto, Xica é o título mais popular por ter se tornado filme e depois novela.
MACUNAÍMA

UMA SÓ LITERATURA
Para Proença, separar literatura negra em um campo específico é aceitar o jogo do preconceito. “Há que assumir a igualdade na co-participação da construção da nacionalidade. Há que reivindicar o direito à plenitude da cidadania.” Na miscigenação do país não existe uma única raça ou cultura e a literatura negra não é apenas negra ou marron. “A arte literária compromissada precisa ser arte literária antes de ser compromissada”, afirma Proença. “Afinal, literatura não tem cor”.
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