domingo, 17 de novembro de 2013

A IMORTAL EDITH PIAF!



Meio século após a morte de Edith Piaf (1915-1963), os franceses fazem homenagens e visitam o túmulo para levar flores. Pela devoção, ainda hoje a cantora é considerada um dos grandes símbolos da França. As músicas interpretadas por Piaf (Mon légionnaire, Je ne regrette rien, La vie em rose, Lês amants de Paris, Haymne a l’amour, Mon dieu e Milord) tornam-se a trilha sonora mais apropriada para quem vive ou visita a cidade. Se nas canções a cantora conseguia imprimir a emoção na voz, também teve a entonação de uma vida intensa. 

A história da menina Edith Giovanna Gassion esteve repleta de batalhas e desgraças. Filha de uma cantora com um contorcionista, ela era pequena quando foi abandonada pela mãe alcoólatra. Durante algum tempo cresceu num bordel comando pela avó. Neste período, teve uma cegueira precoce e voltou a enxergar milagrosamente após se apegar em Santa Teresinha. Quando foi morar com o pai, a garota viveu em circos itinerantes e o ajudou nas apresentações pelas ruas. Como não sabia acrobacias, cantava para atrair a atenção dos transeuntes. 


Aos 15 anos, Edith abandonou o pai para sobreviver cantando em troca de algumas moedas.  A bela voz encantou o dono de um cabaré que a transformou em uma cantora noturna com o nome “Mome Piaf” (pequeno pardal). Então, Piaf conheceu um breve e conturbado sucesso. Ela foi acusada de envolvimento no assassinato do tutor. Teve uma filha que morreu com meningite aos 2 anos. Envolveu-se com um cafetão que cobrava para não se prostituí-la. 

Depois de amargar o fracasso, a consagração de Edith Piaf ocorreu com o final da Segunda Guerra Mundial. Bem instruída, elevou-se ao patamar de musa dos poetas e letristas franceses, ganhou a admiração do público e fama internacional. Em Nova York (1946) teve um grande romance com o boxeador Marcel Cerdan. Porém, tudo começou a declinar com a morte dele num desastre de avião (1949). Em seguida, ela ficou desfigurada em um acidente de carro e tornou-se viciada em morfina. Por fim, morreu com 47 anos aparentando ter o dobro da idade (1963).

Sem dúvidas, a memória da cantora continuará viva entre os apreciadores da boa música. O diretor Oliver Dahan conseguiu transformar a enigmática trajetória em filme. PIAF – UM HINO AO AMOR (2007) traz as músicas na voz original da cantora com a impecável dublagem e atuação da atriz Marion Cotillard (como Edith Piaf dos 15 aos 47 anos). A interpretação é tão perfeita que faz o filme ser muito além de um gênero musical. A história intensa com cenas recortadas e embaralhadas vão sendo costuradas para o entendimento derradeiro: Piaf é um ser imortal.

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