Os índios sempre viveram em uma harmônica sociedade mesmo sem terem acesso às informações como temos atualmente. Nas mais arcaicas tradições, comparadas ao homem primitivo, havia a consciência de se retirar da natureza apenas o necessário para viver. O conhecimento sempre estava ao acesso de todos. A informação não era escondida para haver domínio de um ou mais.
Dentro desta cultura também havia a disputa e briga com tribos rivais. Contudo, no meio de uma batalha, sempre existia o respeito pelo próximo. Se algum guerreiro de tribo adversária fosse aprisionado, era acolhido e bem tratado até o ritual de canibalismo. Não que o índio se alimentasse de carne humana para o sustento, mas antropofagia ritual acontecia de maneira cultural e simbólica.
Comia-se carne humana para incorporar a memória e a força do adversário. O ato significava respeito à luta, força e coragem. O valente guerreiro capturado poderia ser comido carnalmente, mas jamais perderia a moral. O rito era prova da importância que aquele inimigo exercia. Assim, um prisioneiro jamais desejaria fugir do destino.
Inspirado nesta cultura, durante o Movimento de Artes e Literatura também conhecei como o Modernismo Brasileiro (1928), Oswald de Andrade escreveu o Movimento Antropofágico. Este manifesto era em resposta a algumas questões levantadas pela Semana de Arte Moderna. Nele pregava-se uma renovação da arte brasileira a partir da retomada de valores indígenas.
Nascia a ideia de uma antropofagia cultural. No processo de identificação de uma cultura brasileira, a cultura estrangeira não tinha que ser descartada. A cultura que vinha de fora poderia ser mastigada consumida e aproveitada na composição e construção de uma identidade nacional. Assim, entendia-se que o povo e a cultura brasileira era a mistura de muitos povos, raças, culturas e crenças. Então, poderíamos ser simplesmente o melhor daquilo que todos imigrantes tinham para oferecer e contribuir na formação de uma cultura mista.
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