sábado, 26 de abril de 2014

BENJAMIN BUTTON E A AÇÃO DO TEMPO!


Ficcionalmente no ano de 1918, Benjamin Button nasceu de uma forma incomum na cidade de Nova Orleans. Ele era um recém-nascido que assustava por ter a aparência e doenças de uma pessoa com mais de oitenta anos. A sobrevivência do bebê contrariou os diagnósticos médicos que indicavam a morte como uma questão de horas. Todavia, ao invés de envelhecer, ele rejuvenesceu e melhorou daquela situação considerada terminal. 
Assim, o escritor estadunidense  F. Scott Fitzgerald criou um personagem que funcionava como um relógio quebrado girando ao contrário.  A história aborda o tempo com uma perspectiva nada convencional. Ainda assim, a passagem do tempo continua sendo implacável e devassadora: capaz de conduzir e influenciar nos destinos e tomadas das decisões.

O HOMEM VERSUS O TEMPO

O tempo foi capaz de extinguir os dinossauros, evoluir as espécies e transformar o homem na espécie dominadora do planeta. Todavia, por mais tecnologias que o homem crie nada será capaz de parar o tempo.  O tempo se torna inevitável e onipotente, consome, envelhece e mata o homem. Assim, o homem sempre será refém do tempo. Ou seja, o tempo mostra ao homem que ele não é um ser invencível.

A busca pela eterna juventude e esconder as marcas da velhice é uma forma do homem tentar reverter o tempo. Com certeza, se pudesse ser jovem para sempre e viver eternamente, o homem seria o vitorioso nesta batalha. Não é incomum as noticias de pessoas ricas patrocinarem pesquisas que manterão seus corpos congelados (após a morte), a fim de serem revividas num futuro onde a tecnologia seja capaz reviver os mortos.


Apenas ficção cientifica ou mais uma tentativa de superar o tempo?  Por hora, a tecnologia ainda não foi capaz de reviver os mortos e tudo não passa de um sonho humano. Contudo, há homens  que saem da situação de simples mortais para transformarem-se superiores. Isso ocorre por meio de obras realizadas em vida. Diversas construções, esculturas, pinturas, filmes e livros fazem a memória das pessoas se eternizarem.



Podemos afirmar que escritor Fitzgerald é um sobrevivente na luta contra o tempo. Nas obras,  ele registrou com maestria a vida e cultura norte-americana no início do século XX.  Contudo, os personagens e situações que desenvolveu tornam-se atemporais e atuais nos dias de hoje.  Tanto que as versões cinematográficas dos livros como o Grande Gatsby e O Curioso Caso de Benjamin Button conseguem prender e serem sucesso de público e crítica.


Se em Gatsby os personagens são desenvolvidos por meio dos valores do ser mediante aos bens, na história de Benjamin o tempo é o que move as situações e os personagens. Então, numa espécie de metalinguagem dos acontecimentos cronológicos versus personagem não cronológico, o livro sugere o embate do homem com o tempo. O curioso caso de Benjamin nada mais é que a visão do autor sobre o homem lutando contra as provações do tempo. O homem nasce velho diante das inovações tecnológicas e, à medida que cresce e se desenvolve aos meios, ele se rejuvenesce, sobrevive até sumir no tempo.



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