sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

O MÉDICO E O MONSTRO.


Poderia uma pessoa de aparência inofensiva esconder dentro de si uma monstruosidade? Claro que poderia.  Não é errado afirmar que uma pessoa comum seria capaz de cometer atrocidades. Basta uma breve passada de olhos pelas páginas policiais dos noticiários para constatar isso. 

Tal ser assombroso pode estar dentro de qualquer ser humano. Não tem como saber se está escondido dentro de um desconhecido na rua, um colega de trabalho, amigo ou familiar. Qualquer ser humano pode ser hospedeiro do mal. Algo que segue duelando como se quisesse fugir. Por fim, muitas vezes consegue escapar e empreender crueldades.

Não querendo ser pessimista e levantar alarde ou pânico coletivo. Até porque não temos como saber quem esconde a fera. Todavia, a qualquer momento ela pode se rebelar e cravar as garras em quem estiver mais próximo. Isso sem dúvidas.  O perigo pode estar ao seu lado.

Assombroso pensar assim? Nem tanto. Partindo desta premissa, o escritor escocês Robert Louis Stevenson (1850-1894) desenvolveu o argumento para escrever O Médico e o Monstro. A obra se tornou uma das referências da literatura universal inspirando diversos outros autores, cineastras e artistas.

O enredo se desenvolve por meio dos acontecimentos entorno de dois personagens principais:



Dr. Jakyll é um médico bondoso e generoso que vive para fazer o bem. Ele seria o raciocínio de moral e ética. Alguém que duela com os instintos malignos. Arma-se de noções religiosas, boa política e leis para querer promover o bem. Tenciona em controlar e enjaular a fúria.

Hyde é o oposto do outro. Um ser misterioso e inescrupuloso que existe para espalhar a maldade. É a descrição das tendências mais primitivas do ser humano. Argumento para exposição do lado animal que habita dentro de todos os seres pensantes. Seria o instinto de sobrevivência que nos faz agir por impulsos. Torna-nos capazes de brigar no transito por bobeira, querer levar vantagens, cometer um crime passional ou por pura perversidade. 



Estes seres habitam numa história que aborda questões como valores morais de forma chocante. Muito mais que a guerra entre o bem e o mal retrata a dualidade dentro de cada ser humano. A trama é rica em suspense, mistério e um clima instigante. Deixa o leitor inquieto para chegar logo ao final. Provoca o desejo de desvendar os meandros da narrativa. Mais que isso. Promove a discussão sobre estes personagens. 

Será que sr. Hyde  não oculta a verdadeira face daquilo que se diz ser o bem? Seria o Dr. Jakyll um ser isento de todo o mal? E nós? Será que não cometemos o mal acreditando fazer o bem? Será que nunca somos manipulados pelo instinto interno? Algo que teima em querer sobressair às ideias pregadas pela sociedade?




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