quarta-feira, 27 de outubro de 2021

FAHRENHEIT 451


Ficção do escritor Ray Bradbury

mostra um mundo em que os livros são proibidos

Cada pessoa pediu para que algumas palavras fossem arrancadas dos livros. Com o tempo, páginas inteiras foram descartadas, dilacerando tal objeto. Por fim, o governo considerou que seria melhor banir e queimar todos os exemplares. Dessa forma, ninguém mais ficaria triste ao se deparar com certas expressões.

Esse é o cenário do futuro distópico retratado por Ray Bradbury (1920- 2012) no livro “Fahrenheit 451”. “O sentido é óbvio. Existe mais de uma maneira de queimar um livro. E o mundo está cheio de pessoas carregando fósforos acesos”, escreveu o autor após o Posfácio. Não é por acaso, que isso está implícito até no nome da obra: Fahrenheit 451 é a temperatura necessária para incinerar papel. Na trama, os livros são caçados – bem como os leitores – e entregues ao fogo. Ler é um perigo, e, por isso, a sociedade está atenta para denunciar. Com as delações, os bombeiros surgem, queimando tudo, pois lhes mudaram a função para manter a ordem. Nem mesmo a Bíblia é exceção. Qualquer tipo impresso é tratado como praga.

Quem nos guia nessa aventura é o bombeiro Guy Montag, que fica em crise existencial e ideológica depois do misterioso desaparecimento de uma adolescente da vizinhança. Ela tinha lhe importunado algumas vezes com perguntas estranhas sobre livros. Isso bastou para deixá-lo cada vez mais interessado nesse objeto tão temido e perigoso.

A grande verdade é que o conhecimento propagado pelos livros cria o senso crítico e a reflexão, podendo fazer a diferença não só na ficção de Bradbury, mas na realidade. Por isso, a queima do saber é uma forma de controle da população. Quem domina a ignorância do povo, certamente, é capaz de se fixar no poder. Não é à toa que esse foi um dos primeiros atos de Hitler: a queima de livros em praça pública. Portanto, como amantes da literatura, democracia e liberdade de expressão, devemos estar vigilantes aos primeiros sinais de fogo nos livros, sejam por taxas abusivas, sejam por qualquer tipo de censura. Afinal, o preço que se paga pela ignorância é muito caro.

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