Ficção do escritor Ray Bradbury
mostra um mundo em que os livros são proibidos
Cada pessoa pediu para que algumas palavras fossem arrancadas dos livros. Com o tempo, páginas inteiras foram descartadas, dilacerando tal objeto. Por fim, o governo considerou que seria melhor banir e queimar todos os exemplares. Dessa forma, ninguém mais ficaria triste ao se deparar com certas expressões.
Esse é o cenário do futuro distópico retratado por Ray Bradbury (1920- 2012) no livro “Fahrenheit 451”. “O sentido é óbvio. Existe mais de uma maneira de queimar um livro. E o mundo está cheio de pessoas carregando fósforos acesos”, escreveu o autor após o Posfácio. Não é por acaso, que isso está implícito até no nome da obra: Fahrenheit 451 é a temperatura necessária para incinerar papel. Na trama, os livros são caçados – bem como os leitores – e entregues ao fogo. Ler é um perigo, e, por isso, a sociedade está atenta para denunciar. Com as delações, os bombeiros surgem, queimando tudo, pois lhes mudaram a função para manter a ordem. Nem mesmo a Bíblia é exceção. Qualquer tipo impresso é tratado como praga.
Quem nos guia nessa aventura é o bombeiro Guy Montag, que fica em crise existencial e ideológica depois do misterioso desaparecimento de uma adolescente da vizinhança. Ela tinha lhe importunado algumas vezes com perguntas estranhas sobre livros. Isso bastou para deixá-lo cada vez mais interessado nesse objeto tão temido e perigoso.
A grande verdade é que o conhecimento propagado pelos livros cria o senso crítico e a reflexão, podendo fazer a diferença não só na ficção de Bradbury, mas na realidade. Por isso, a queima do saber é uma forma de controle da população. Quem domina a ignorância do povo, certamente, é capaz de se fixar no poder. Não é à toa que esse foi um dos primeiros atos de Hitler: a queima de livros em praça pública. Portanto, como amantes da literatura, democracia e liberdade de expressão, devemos estar vigilantes aos primeiros sinais de fogo nos livros, sejam por taxas abusivas, sejam por qualquer tipo de censura. Afinal, o preço que se paga pela ignorância é muito caro.
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Já li e gostei muito... É um livro maravilhoso e atual
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