BOM JESUS DOS CAMINHANTES

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Ao redor do mundo existem lugares considerados santos que reúnem um grande número de devotos todos os anos. Independente da religião ou credo sempre há peregrinos caminhando ou tensionando caminhar para revigorar a fé.  Budistas de todos os lugares seguem rumo ao Tibete.  Milhares de muçulmanos voltam as atenções e orações para Meca (Arábia Saudita). Também Jerusalém e Roma são lugares bastante visitados assim como diversos outros santuários.

No mundo ocidental, um dos lugares que ganhou notoriedade desde a era medieval é o caminho de Santiago de Compostela. Trata-se de uma região considerada sagrada mediante as lendas que envolvem o apóstolo Santiago e o Santo Graal. Diariamente a região atrai diversos caminhantes de todos mundo em busca de milagres e um momento espiritual. Por vários caminhos espalhados pela Europa, peregrinos seguem durante dias, semanas e até meses para chegar até a Catedral de Santiago de Compostela.

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A grande influência do cristianismo herdada das famílias italianas, portuguesas e espanholas estão presentes nas raízes caipiras do Noroeste Paulista. Considerada as devidas proporções, a região também tem suas tradições de peregrinação e romaria. Um exemplo disso é o Santuário do Bom Jesus dos Castores localizado entre os municípios  de Onda Verde e São José do Rio Preto. Todos os anos a festividade do dia 06 de agosto atrai aproximadamente 80 mil. 

Tudo teve origem com o devoto Thomé Correia Paiva que todas as noites rezava diante das imagens do Senhor Bom Jesus, de Santa Ana e de Santa Clara (1909). Muito religioso, ele via luzes na imagem de Jesus e compreendeu que deveria construir uma capela. Então, escolheu uma área do cerrado de sua propriedade e, às margens do córrego dos Castores, ergueu a capelinha que deu origem a um pequeno povoado. Com o tempo o povoado dos Castores sucumbiu ao progresso. Mas permaneceu a cultura católica  e realização de graças e milagres se espalhou transformando o local num Santuário de peregrinação.

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O passar dos anos firmou a tradição no coletivo popular.  A maioria dos peregrinos caminham  a pé as margens da rodovia Transbrasiliana (BR-153) para pagar promessas, fazer pedidos ou simplesmente agradecer. Só os caminhantes de Rio Preto enfrentam praticamente 20 quilômetros até o local. Seguem firmes, fortes e otimistas pelo acostamento enfrentando sol quente da tarde, a escuridão e frio da noite, o  grande tráfego da rodovia e as limitações do próprio corpo. Pelo caminho, voluntários oferecem água e lanches aos romeiros além da Polícia Rodoviária fazer o patrulhamento.

Independente das crenças , os mistérios da fé são inexplicáveis e indiscutíveis.  O crer corresponde ao sentimento de ter confiança.  Ser peregrino nada mais é que ser um buscador e percorrer distancias na busca de algo superior. Claro que esta busca não precisa necessariamente ser fazendo longas andanças. Mas se preferir um desafio físico, vale a pena manifestar a fé da forma que bem entender. Assim, tudo vale em busca da espiritualidade tanto em romaria como numa caminhada solo seja até o Bom Jesus dos Castores, Meca, Tibete, Santiago de Compostela, ou qualquer outro lugar no mundo.