sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA BRASILEIRA!


No dia 15 de Novembro é comemorado o dia da proclamação da república no Brasil (1889). O feriado nacional tem como objetivo celebrar a queda da monarquia e a ascensão do país à democracia. A população ganha o poder de escolher os representantes que antes seguia a ordem natural de pai para filho. A ideia é que o povo saia das sombras e atue ativamente nas principais decisões da nação.

Contudo, a história aqui foi diferente das ações revolucionárias que invadiram a França e culminaram na tomada do poder pela burguesia. O movimento republicano não teve um grande apoio popular e foi comandado (na maioria) por militares. O mito de um grande herói viril e proclamador também nunca existiu. Marechal Teodoro da Fonseca era amigo do imperador e só aderiu aos planos republicanos quatro dias antes da proclamação.


O Brasil foi um dos últimos países da América a tornar-se república. Segundo o  jornalista Leandro Narloch no livro Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, a liberdade política e de imprensa que se tinha durante o Império era de se fazer inveja aos países vizinhos (republicanos). “Os jornais publicavam dia a dia ilustrações satíricas – como a de dom Pedro II, sonolento, sendo atirado para fora do trono. Mesmo diante desses ataques o imperador se colocava contra a censura”, afirma Narloch.

A abolição da escravidão (que não era bem quista pelos grandes fazendeiros de café) e o poder adquirido pelo exército brasileiro na Guerra do Paraguai contribuíram pela queda da monarquia e expulsão da família real do Brasil. A proclamação da república foi o primeiro golpe militar que assolou o país. O governo “provisório” foi estendido e perdurou com a eleição de novos militares.

A República tupiniquim nada lembra o ideal republicano difundido na Grécia Antiga que visava o resgate da igualdade social e a cidadania ativa.  Um mês após o início do novo regime, foi instaurada a censura prévia comanda por uma  junta de militares para avaliar os jornalistas e os veículos de comunicação (jornais). Assim, o novo sistema se fundiu aumentando o número de exilados e presos políticos (a oposição do sistema).

Atualmente, apesar de acreditarmos no ideal utópico de democracia e liberdade, situações vergonhosas mancham o ideal republicano. Homens eleitos pelo povo fazem da política um meio de enriquecimento ilícito enquanto a maioria vive com o salário mínimo. Veículos de comunicação são censurados e proibidos de denunciar falcatruas e armações políticas (Família Sarney x Jornal O Estado de São Paulo). Vereador agride adolescente de 17 anos e é absolvido pela impunidade. Guarda Municipal espanca jovens manifestantes em frente à Câmara (Notícias de São José do Rio Preto em 2013).

Ao passo que não podemos simplesmente retroceder, baixar as portas da câmara ou do congresso para voltar a ser uma monarquia. A república não pode ser apenas um feriado, precisamos acordar e sair de vez do berço esplendido para lutar por melhorias. Mesmo apanhando na cara e ganhando hematomas da guarda imperial (municipal). Não podemos perder a esperança e o senso político. Afinal, somos arrebatados por frases poéticas como "o brasileiro não desiste nunca" e "Brasil ame-o ou deixe-o". Mas se ficarmos, ao fim, se não tivermos um emprego ou um bom estudo, ainda poderemos viver de bolsa família. Mas até quando?

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