domingo, 3 de outubro de 2010

TERRA DE OPORTUNIDADES


Três personagens comuns, Waldemar de Oliveira Verdi, Ligia Cristina Marques e Renan Bressan, chegaram a São José do Rio Preto em busca de desafios e possibilidades de conquistas. Somam-se aos 419.632 rio-pretenses que constroem a cada dia um capitulo a mais  na história dos  158 anos da cidade.

Waldemar de Oliveira Verdi

Rio-pretense de coração, Waldemar de Oliveira Verdi, 91 anos, é o fundador das Empresas Rodobens. Visionário bem sucedido se intitula "diplomado na escola da vida" e, atualmente, foi eleito o Empreendedor do Ano (2009) pela Enernst & Young na categoria máster, a mais tradicional e prestigiada premiação do empreendedorismo mundial. 

Chegou à cidade quando ainda era criança no início da década de 1920. Seu pai, Giuseppe, era um imigrante italiano que ganhava a vida trazendo gado do Mato Grosso para o Noroeste Paulista. Fixou-se em Rio Preto, atraído pelo progresso que a instalação da ferrovia proporcionou a cidade. Ganhou prestígio e foi nomeado subdelegado da polícia.

Pioneiro, Waldemar tinha apenas 16 anos quando montou a sua "fabriqueta de vassouras". Com 17, incorporou uma torrefação de café e, logo depois batizou os seus negócios de Indústrias Reunidas Aymoré. A sua primeira experiência empresarial não prosperou devido à forte concorrência. Mas não se intimidou e, aos 19 anos entrou para o ramo de comercio. A "Casa Verdi" vendia de tudo: desde alimentos até vestidos de noivas. Logo, abriram-se filiais em várias cidades da região.

Empolgado, Verdi decidiu investir no cultivo de algodão e cereais, entretanto, uma praga nas plantações levou-o ao fracasso, precisou recomeçar do zero. Nessa época teve que vender até o anel de diamantes da esposa para pagar os funcionários. Mas, sempre otimista e acreditando na "força do trabalho" e no "capital humano", uniu forças a um amigo e fundou a Toledo & Cia. Ltda. (1949). 

A empresa prosperou comercializando veículos importados e se transformou na Cirasa (Comércio e Indústria Rio-Pretense de Automóveis Sociedade Anônima), a primeira empresa do Grupo Verdi. Sólido, o Grupo conquistou a licença para comercializar os caminhões Mercedes-Benz (1950). Desde então, somando colaboradores, representações e revendas parceiras se propagaram por todo país. Atualmente, esse grande império é líder na distribuição de veículos no Brasil e na Argentina.

FUGERE URBEM

A auxiliar de escritório Lígia Cristina Marques, 43 anos, há dois anos trabalhava e residia na cidade de São Paulo. Ao receber uma proposta de transferência, não pensou muito para aceitar e fugir da aglomeração urbana. Com a cara e a coragem, arrumou seus pertences e junto com os dois filhos (10 e 22 anos) cruzou 450 quilômetros rumo a uma nova vida no interior.

Lígia Cristina Marques
Hoje, mora na cidade de Mirassol e trabalha em Rio Preto. Quando está de carro faz o trajeto de casa para o trabalho e vice-versa em menos de 20 minutos. Mas não reclama da nova vida até mesmo quando depende do transporte público. "Aqui estamos no céu, são dois ônibus e em menos de 1 hora estou em casa" diz ela. "Em São Paulo, nos horários de pico, era um tormento depender de ônibus e metrô. Era tudo lotado, sem contar que é tudo muito longe". Pior do que os congestionamentos que enfrentava todos os dias, a maior dificuldade era quando chovia porque paralisava tudo: "Virávamos reféns e eu sempre chegava muito tarde à minha casa." 

Viúva há quase cinco anos, Ligia tem grande preocupação com o futuro de seus filhos. A violência foi o principal motivo que a motivou a deixar a grande metrópole. "Fui assaltada diversas vezes lá. Nunca estava tranquila quando os meninos não estavam em casa." Não que aqui não haja violência, mas considera a região bem mais sossegada. Prefere o ritmo desacelerado e quer distancia do caos urbano.

CARPE DIEM 

Renan Bressan, 23 anos, estudante do quarto ano de Jornalismo, adotou Rio Preto como moradia há três anos. "Morei em Santa Albertina até os 20 anos" diz ele. "Saí porque não havia a menor perspectiva de emprego na carreira que pretendia seguir além de não ter nenhuma faculdade".

Renan Bressan
O grande número de faculdades transforma Rio Preto em um atrativo para jovens de todo o Noroeste Paulista. Renan, em busca de um ensino de qualidade e da construção de seu futuro, acredita ter encontrado aqui o que procurava. Para ele, quem chega à cidade tem a possibilidade de escolher entre diversos cursos de ensino superior nas mais variadas áreas.

Ele enfatiza também as opções de lazer que tem vivendo aqui, afinal, na sua cidade natal não existe nem cinema. "O único atrativo era a pracinha da igreja e as ruas interditadas para que as pessoas circulem livremente", diz ele. "A vida aqui oferece boas oportunidades de estudo, emprego e lazer". Considera que Rio Preto proporciona o essencial para se manter bem e ter perspectivas maiores, sem ter que se deslocar para uma cidade muito distante.

Waldemar, Ligia e Renan são três pessoas com histórias de vida totalmente diferentes. O que os tornam semelhantes é terem a cidade de São José do Rio Preto como referência de momentos importantes em suas vidas. E a cidade com a área de 434,10 km² divida entre área urbana (83,46 km²) e rural (352,41 km²) lhes forneceu a oportunidade de prosseguirem suas vidas em busca de conquistas pessoais e profissionais.


Jornal Lado B - 2010

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