quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A ERA DO RÁDIO!


O filme a Era do Rádio (1987) de Woody Allen retrata os anos de ouro do rádio nos Estados Unidos. Por meio da narração de um garotinho reconstitui um tempo em que este veículo de comunicação estava presente nos momentos mais importantes das famílias norte americano.  O rádio não era apenas um aparelho eletrônico porque simbolicamente tornava-se membro da família.

No filme há a presença forte das propagandas que financiavam toda a produção e casting dos programas de rádio. Assim como a televisão e a internet atualmente ditam modas, manias e comportamentos, o rádio foi um dos precursores. Tudo que era veiculado tornava-se sagrado e fonte de inspiração para os ouvintes.

Os programas de auditório eram um sucesso absoluto e são bem retratados na película. Contudo, os programas humorísticos e caricatos também tinham espaço e atraía a atenção das famílias. Nada de muito hostil aos bons costumes e valores  da época.

Durante o filme há menção ao famoso episódio da Guerra dos mundos que marcou a história do rádio. O acontecido demonstrou o poder e domínio que este veículo de comunicação tinha mediante as pessoas. Uma rádio novela com tons jornalísticos noticiava um ataque alienígena ao planeta terra. Hoje poderia passar-se despercebido pela exaustiva quantidade de filmes sobre o tema, contudo, o acontecimento narrado pelo rádio na era de ouro foi tomado como verdade. As pessoas acreditaram na invasão, se alarmaram e houve inúmeros suicídios.

O filme também faz uma citação à Carmem Miranda e uma sósia brasileira canta a música “Tico Tico no fubá”. A cena simboliza a importância do rádio  e a música brasileira no cenário mundial. No Brasil, o glamour do rádio não era diferente na década de 40. As rádios brasileiras tocavam muitas marchinhas e sambas, ou seja, exportávamos músicas e tendências. Os programas tinham um perfil bem tupiniquim, diferente de agora.

A chegada à televisão fez o rádio perder o espaço de destaque nas casas. Durante um período de fraca criatividade e investimentos as rádios se concentraram em reproduzir músicas (na maioria estrangeiras). Contudo, o rádio ainda sobrevive e não foi instinto como se pensava que poderia acontecer. Ultimamente várias rádios migraram para o ciberespaço e outras surgiram com uma roupagem nova e enfoques alternativos. 

As rádios procuram públicos diferentes e segmentados. Há programas voltados para donas de casas, leitura de cartas de amor e esquetes de piadas que atraem novos ouvintes e faz este veículo não perecer. A comunicação se mantem durante a ida e volta do trabalho, com quem está surfando no mundo digital ou com quem está trabalhando enquanto escuta o aparelho. Apesar de não ter imagens o rádio cria imagens, pensamentos e também proporciona que as atenções sejam dividias com outros afazeres.

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