Vamos pensar num jogo como entretenimento. Por um momento, sem questionar recursos do governo mal utilizados ou desviados para financiar uma linha de show que não comporta ou acolhe a maioria dos anfitriões. Vamos pensar tudo como uma grande festa, recepcionar o turista e fazer um intercambio cultural em nosso quintal. Assim, vamos absorver o que de bom existe em tudo isso. Vamos ser nacionalistas e vestir o verde amarelo, abraçar quem estiver ao lado para torcer e vibrar por um resultado positivo.
Acaba sendo quase inevitável não respirar aliviado quando o Brasil vence uma disputa de futebol contra os europeus da Croácia. Difícil não torcer ou se afligir numa disputa internacional com o time do México que termina no empate de zero. O goleiro mexicano salvou várias chances de um gol brasileiro prorrogando a classificação da seleção canarinho para outra fase. Então, no jogo de Brasil contra Camarões uma vitória valeria a continuidade no campeonato.
Nem os manifestos tiveram muita adesão pelo país. Segundo a imprensa, neste dia de decisão da primeira fase, poucas pessoas se reuniram com faixas e bandeiras contra a copa brasileira. A importância da partida causou uma verdadeira tensão e afloraram os nervos do torcedor. O alívio do primeiro gol foi dissipado por um empate dos adversários mediante uma vacilo da defesa brasileira.
A expectativa predominou o primeiro tempo e o segundo gol fez a arquibancada até cantar. Mas a ansiedade pedia mais um gol para um resultado positivo. Apesar de o desejo não ter sido atendido durante os primeiros 45 minutos, o retorno para o segundo tempo foi compensador e instigante. Os jogadores brasileiros pareciam gostar do jogo e criaram uma maior dificuldade para os camaronenses.
O terceiro gol brasileiro que parecia estar em impedimento passou despercebido pelos olhos do juiz. Então, a vitória estava garantida por uma vantagem. Mas só parecia. Faltando vinte minutos para o fim da partida, ainda havia a sensação de não se respirar aliviado. Assim, os olhos e músculos dos torcedores queriam dar um lance para mais um novo gol do Brasil. Os murmúrios e gritos queriam passar uma nova orientação num tom de treinador extra. As unhas eram roídas na esperança do tempo passar rápido e o placar alterar prol aos jogadores rivais.
Apesar da derrota, os jogadores africanos ainda tinham força e adrenalina para ameaçar os brasileiros. O time parecia estar mais unido que nas partidas anteriores. A desunião e adversidade interna fez o time de Camarões perder os dois primeiros jogos do campeonato. Mas agora o time queria fazer bonito perante os anfitriões. Quando roubavam a bola, dançavam com elas nos pés em direção ao gol. Criavam o medo no torcedor. Sem grande chance de mudar o resultado porque os esportistas canarinhos logo se adiantavam para impedir.
O ruim de assistir o jogo pela televisão é a mídia querendo endeusar o jogador Neymar transformando-o em novo fenômeno do esporte brasileiro. O locutor e os comentaristas tentam transformá-lo em grande herói da nação. Tanto que, quando o Neymar sai sente-se a constatação que não haveria mais nenhum gol. Mesmo assim o quarto gol balança as redes adversárias para euforia do público.
A torcida grita aos quatro ventos e muito mais animada que no jogo anterior. O som orquestrado por mais de 70 mil vozes exalta a volta do Campeão. Então, termina a agoniante partida com a seleção Brasileira classificada para as oitavas de final. O Brasil, França e uma predominância dos times americanos tem lugar garantido na disputa enquanto grandes campeões como Inglaterra, Espanha e Itália se despedem da Copa. Agora começa os jogos que valem tudo ou nada para a competição e muito mais emoção em campo rumo ao hexa.
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